Número de refugiados ucranianos perto de um milhão
Written by Rachel Braga on 3 de março de 2022
“Estamos a testemunhar o que pode vir a ser a mais grave crise de refugiados na Europa neste século”, referiu Filippo Grand, do ACNUR.
O número de refugiados da Ucrânia chegou ao milhão desde o início da invasão russa, de acordo com o último balanço realizado pelo Alto Comissário para os Refugiados das Nações Unidas, Filippo Grandi.
Os novos dados representavam um aumento de quase 160.000 pessoas em relação ao número apresentado na terça-feira pelo Alto Comissário para os Refugiados, Filippo Grandi.
Dos 835.928 refugiados contabilizados pelo ACNUR até à manhã de quarta-feira, mais de metade (453.982 pessoas) foi acolhida pela Polónia.
Desde o início das hostilidades e do fluxo de refugiados que se seguiu, a Polónia tem sido o principal país anfitrião, seguido da Hungria, onde se encontram 116.348 refugiados, ou seja, 14% do total.
A Eslováquia, por sua vez, recebeu 67.000 refugiados (8% do total), enquanto a Rússia, o país invasor, acolheu 5,1% dos refugiados ucranianos, o que representa 42.900 pessoas.
As autoridades e a ONU esperam que o fluxo de pessoas que fogem da guerra na Ucrânia se intensifique ainda mais, já que o exército russo parece agora estar a concentrar os seus esforços nas principais cidades.
Estamos a testemunhar o que pode vir a ser a mais grave crise de refugiados na Europa neste século“, referiu Filippo Grandi, terça-feira em Genebra.
A ONU e as suas organizações parceiras lançaram um apelo de emergência na terça-feira para arrecadar 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros), dos quais cerca de um milhão de euros se destina a ajudar ucranianos que não fugiram do país e cerca de 495 milhões de euros a apoiar os refugiados.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou a morte de centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev.
A vaga de refugiados está a dirigir-se sobretudo para os países mais próximos, como a Polónia, a Hungria, a Moldávia e a Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.